segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"...Nós vamos, nós vamos, nós vamos com muita fé. Nós vamos pra lavagem de São Francisco Xavier..."


Não se pode negar que com o passar dos anos, essa nossa tradição, perdeu um pouco do seu "brilho". Deve haver várias razões para isso, mas quem vai saber? Contudo, não se pode ocultar a alegria que anida se faz presente nessa festa e nem deixar de dizer que é impossível ir a uma “Lavagem de São Francisco Xavier”, como é popularmente chamada, e não sentir na pele um arrepio. Seja por testemunhar a fé de alguns que sobem aquela bendita ladeirinha carregando uma lata d’água na cabeça; seja por sentir as vibrações das batidas dos atabaques, no tão tradicional samba de roda, após a limpeza da igreja; seja pelo toque do berimbau dos garotos que aguardam pacientes a sua vez para apresentarem a sua dança, com seus saltos acrobáticos e muita ginga; seja pela cervejinha/cachacinha depois da suada e cansativa roçagem (pra quem faz... rsrsrs) ou simplesmente pelo fato de estar lá e poder, ainda, ser uma testemunha ocular da riqueza e diversidade cultural desse povo.








quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Um pouco daqui...

Com uma população de pouco mais de mil habitantes, o distrito de Galeão é uma pequena vila de pescadores que sobrevive da pesca artesanal de siri/camarão e está localizado na contracosta da Ilha de Tinharé, municipio de Cairu, Bahia. Embora seja de uma beleza singular, essa localidade não possue praias balneáveis, não atraíndo o turista tradicional e ficando, assim, de fora do circuito turístico muito forte na região.





Durante a colonização portuguesa, o Galeão foi um centro de produção agropecuária e mais recentemente exportadora de piaçava e dendê que eram, então, beneficiadas no local. Esse beneficiamento foi por muitos anos a principal fonte de renda dos moradores dessa vila, mas que devido a problemas trabalhistas que obrigaram os trabalhadores a reclamares direitos e deveres dos proprietários das fazendas esses serviços foram desativados e o beneficiamento hoje é feito em outros centros. Esta ruptura no sistema econômico levou o Galeão a se recolher nas atividades de mariscagem.

Ainda é possível encontrar nessa vila marcas muito fortes da colonização portuguesa como o casarão "QuatroEstações" que foi construído no século XIX. Mas a cultura africana é, sem dúvida, a que deixou mais a sua contribuição na comunidade. Ainda é possível encontrar no local manifestações folclóricas como Zambiapunga, desfile de Afoxés, Bumba meu boi, Lavagem da Igreja de São Francisco Xavier (padroeiro da vila), Cordão de São Benedito, entre outros.